Sunday, February 19, 2006

Exercício de Contracção!

"O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis."
Fernando Sabino


No final de cada dia é uma rotina socorrer-me do pensamento para avaliar a intensidade das coisas que me aconteceram.
Para mim, este não passa de um exercício que apenas tem como objectivo justificar a minha existência e para que, mesmo no vazio, possa encontrar algo que tenha tido uma intensidade razoável.
Na verdade, vivemos num mundo em que a rotina e a monotonia são uma presença constante, em que os momentos especiais escasseiam como se se tratassem de uma qualquer espécie em vias de extinção. Repugna-me o facto de todos os cigarros darem o mesmo “prazer”, de todas as rosas terem o mesmo cheiro, de todas as ondas acabarem na praia, do sol passar sempre para oeste e da chuva cair sempre na direcção da terra. Por que raio não havemos de nos inconformar com isto?
Hoje, para quebrar a rotina dos meus prazeres conhecidos, resolvi deslocar-me a um estabelecimento destinado à venda de música, afastado das grandes superfícies, já que o atendimento sempre é mais personalizado e a confiança permite que tenhamos a ousadia de pedir o que nos vai no pensamento, para comprar um cd. Quando lá cheguei, virei-me para o Augusto (funcionário do estabelecimento) e disse-lhe: “Arranja-me um cd que comprasses para ti”. Ele prontamente me aconselhou dois cds que, segundo o seu gosto pessoal, me encheriam as medidas. Mal saí da loja, a primeira coisa que fiz foi colocar os cds no carro e rapidamente descobri que apenas se tratavam de ligeiras variações relativamente ao que regularmente ofereço aos meus ouvidos.
Esta questão de dar à vida algo que nos faça desfrutar de momentos que mais tarde recordaremos como tendo sido especiais e inesquecíveis, é mesmo uma necessidade das mais essenciais que todos temos. Por isso, o estado de loucura é aquele que melhor serve ao comum dos mortais. Que se lixem o patrão, o vizinho, as análises que o médico recomendou e o diabo, vou mas é começar a jantar pela sobremesa, a ouvir música aos berros só entre a meia-noite e as sete da manhã, a dizer bom dia às seis da tarde, a dizer olá quando me vou embora, a beber Gin quando me doer o estômago e a beijar na boca quem só quer um beijo no rosto. Vou viver do “lado” que me der mais prazer, ora aí está. Quero roubar à vida aquilo que ela só me quer vender se for bem pago.
O importante, é perder o medo de viver.

Friday, February 17, 2006

Thoughts


O meu pensamento divaga inúmeras vezes sobre o quotidiano, sobre as pessoas que encontro, sobre as músicas que ouço, em suma, sobre tudo o que cointribui para construir a minha existência.São esses pensamentos e considerações que quero partilhar e sujeitar à crítica de pessoas que, como eu, se sentem tentados a tecer considerações sobre a vida.